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POEMA DA CABEÇA AOS PÉS
Solta-me a alma em palavras resolutas
De tua pele, cúmplices de teu olhar;
Ofusca-me o pensamento pelo teu orvalhar
E sente-me eclodindo expressões absolutas.
Solta-me a vida em beijos mergulhados
Pelo ténue universo, sedas de teus lábios;
Esvai-me em todo o teu ser pelos gemidos
Veementes de tais signos e quão sábios.
Prende-me em diálogo extra lexical:
Soletram-se rítmicas silabas às cordas vocais
E em mim enleia-se tão sonante espiral;
Plena de vida pelo que sou e o que és;
Línguas que interpretam mais que animais
E o tenro verso é poema da cabeça aos pés.
® Maria Pessoa
(pseudónimo)